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Caverna das Lágrimas

Escrito por Bruno Peres | Postado como | às 15:14

Nessa fase das idéias algumas partes começaram a tomar certa forma. Um texto de 12/02/05 que entrou como peça chave em uma trama importante.


"Sejamos mais claros. Não como a dias talvez mais. Uma coisa é fato, quando você anda sem rumo o primeiro sinal de desepero vem quando você perde a noção dos dias e das horas. Você começa as e guiar pelos hábitos dos animais: um canto ao amanhecer, movimentos dos bichos ao anoitecer; ou durante um acasalamneto que ocorre sempre na mesma época do ano.

O que restou de mim depois de todo esse tempo?? O que me tornei depois de todas essas viagens, ou seria apenas uma viagem??Uma louca e alucinante jornada pelos caminhos do meu próprio osbcuro. Sei que não fiz tudo o que podia mas sei que não explorei o lado mais negro de minha alma.


As formigas se movimentam depressa. Sinal de chuva. Sinal de que preciso arrumar um campo aberto e abrir os braços para saldar as nuvens puras que trazem de volta as lembranças e toda aquela angústia que a muito pensei ter abandonado.
Não sei aonde estou já ha muito tempo. Não sei para aonde irei mas sei que os devaneios carregados de ódio irão me perturbar aonde quer que minha conciência esteja. Preciso encontrar minha sombra e foi motivado desse desejo desesperado que certa vez encontrei um duende. Suas roupas eram precárias mas as minhas estavam em estado lastimável demais para que eu as oferece a ele. Seus pés eram finos e seu corpo mal atingia meio metro de altura. Seu cabelo era de um castanho tão forte que podia se confudir com terra. E ele podia ver minha alma através dos meus olhos e numa dessas tentativas ele descobriu que minha alma havia sido roubada e que por isso eu estava perdido dentro de meus prórpios pensamentos. Relatei a "Noite das Luzes" à ele e quase que instataneamente mal deixando que eu terminasse de falar ele gritou: - " É isso!! Sua sombra despertou e sequestrou sua alma. Mas... sua conciência mora junto com sua própria sombra e..."


Sim, minha conciência havia sido roubada. Eu não sabia aonde estava e não sabia o que fazer. Esse duende me indicou o caminho e fui sem pestanejar. Andei por dias, talvez mais.Uma coisa é fato, quando você anda sem rumo o primeiro sinal de desepero vem quando você perde a noção dos dias e das horas e finalmente cheguei na Caverna das Lágrimas.
Eu não queria entrar ali. Alguma força dentro de mim segurava meus pés, uma espécie de medo incontrolável me fez ficar olhando para o céu a procura de alguma resposta, alguma força que já não mais existia em mim.


Não sei ao certo o quanto fiquei ali até que me levantei e entrei.
Vagarosamente meus passos ecoavam por todo o lugar, mal podia enxergar até que uma luz zo meu lado se acendeu. Estranhamente ela flutuava e me acompanhava a cada curva, a cada buraco em que me enfiava. Estava totalmente perdido!


Comecei a chorar incontrolávelmente. E lembrei de um passado onde tudo era rosas. Onde jardins com casais ocupavam um lugar que não era meu.
Lágrimas escorriam e lavavam as pedras abaixo de mim.
Comecei a chorar desesperadamente. E lembrei de um tempo em que um perfume doce e cativante dominava todas as forças que me faziam agir. Sim, eu tinha a verdeira musa inspiradora.


Lágrimas escorriam e lavavam as pedras abaixo de mim.
Andei mais alguns metros mas não sabia mais o que procurava e comecei a chorar melancolicamente. Lembreide quando meu corpo perdeu todas as forças por causa da vida. Por causa da sinceridade. Seria o passado antigo? O que seria todo aquele amor que um dia foi roubado e levado para uma caverna tão longinqua que nehum homem jamais poderia chegar.


O chão estava limpo.
O caminho estava traçado e com lágrimas lavei meu passado e meu futuro. Lembrei o que estava fazendo ali e com apenas uma palavra minha sombra devolveu minha alma.
Olhei para ela acuada em um canto sem ser capaz de se mover. Eu sabia que ela era minha consiência e eu havia a machucado tanto que não conseguiria me enganar novamente.


Apenas com um gesto descobri que eu não poderia tê-la de volta daquela forma e sim ela teria que voltar por conta prórpia, por sua vontade e dor.


Mas eu não estava preparado.
De alma nova encontrei a saída e voltei a seguir meu caminho. Tudo está mais calmo mas ainda não me lembro de ter acordado da última noite de sono. Não me lembro de ter vivído. Não me lembro de ter caído.


Apenas me lembro de ter chorado e que minhas lágrimas purificaram todos meus pensamentos."


[ ]'s

Ao som de: A-ha - Take On Me

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Sobre o Autor:
Bruno Peres Bruno Peres (brunoperes03@yahoo.com.br) Formação em Comunicação Digital com Especialização em Web Presence pela Universidade de Toronto é um RPGista por natureza e solteiro por incompetência, tenta ser escritor nas horas vagas e adora contar causos de sua vida entre amigos. É editor e escreve para o site da A4A e mantém o Twitter @bperes


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