Libenter (De boa vontade)

Meu coração palpita ao ritmo do ponteiro maior. Meu estomago se esfria novamente, e toda aquela sensação de angústia toma conta de mim novamente. Já fiz minha escolha, já encontrei o que me mandaram procurar, mesmo sendo completamente contra o que fui obrigado a fazer. Mas defina vontade. Defina obrigação. Defina ser contrário a tudo em que todos acreditam. Defina algo que me convença a não destruir essa pobre criatura deitada a minha frente.

Tendo acreditar no que sinto, mas nenhuma pista me deixa livre para seguir meus instintos. Seria isso fé? Seria isso que todos os outros acreditam e deixam tomar conta de suas vidas? Seria isso que move tão bruscamente tudo rumo ao topo da montanha sem medo algum da queda?

Ou seria eu um covarde? Por medo de sentir medo evito apagar a luz, por medo de sentir frio evito sair ao vento, evito respirar sob fogo cruzado. Por medo de morrer evito viver.

"(...)Seus sonhos morrerão contigo nesta noite e amanha já não mais será você."

Apenas sigo a corrente que me leva de encontro aos meus pensamentos, sigo o movimento que me impede de ser eu mesmo. Mas no que acreditar? Não consigo ser nada sem você, sem esse ser que escolhi para mim, mas não quero ser como todo o resto. O resto que se alimenta de vermes, que se aquece no sofrimento alheio, que obedece cegamente sem nunca questionar ou desacreditar.
Seria isso fé? Seria isso que todos os outros acreditam e deixam tomar conta de suas vidas? Seria isso que move tão bruscamente tudo rumo ao topo da montanha sem medo algum da queda?
Mais uma vez não sei o q fazer, não sei o que pensar, não sei por onde caminhar. Devo seguir ordens ou instintos? Devo ouvir vozes ou sentimentos? O que fazer em meio a toda essa confusão de preces?
Alguém pode responder? Alguém pode me ouvir?

É, acho que mais uma vez somos somente eu e você fechados nesse quarto a meia luz. Eu e sua alma iluminados por frestas de esperança e dor. Eu e você perdidos em nossos próprios pensamentos e seu sangue mais uma vez alimentará minhas dores, seus sonhos morrerão contigo nesta noite e amanha já não mais será você. Ganhará um novo nome, olhos azuis, cabelos de querubim e asas de plumas brancas.
Para que eu possa me libertar você deve morrer e na dúvida do que fazer apenas serei quem esperam que eu me torne, farei o que esperam de mim e pro inferno todos meus sonhos e minhas vontades. Pro maldito inferno meu destino e tudo o que eu poderia ter sido.

Se alguém duvida de mim, me mostre o contrário e vou logo atrás de você...

[ ]'s

Bruno Peres

Ao som de: David Coverdale - Love is Blind

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